terça-feira, 9 de junho de 2015

Entre Kew e Moorgate

Natureza e arquitectura. O mesmo reflexo.

quarta-feira, 3 de junho de 2015

Expulsões londrinas


Londres é uma cidade deslumbrante.
Numa harmoniosa relação entre a história distante e a criação contemporânea. Numa dança entre cultura e arte, onde há uma forte intimidade entre conhecimento e criação. Entre moda e tradição. Entre natureza e... consumismo. 
Haja espaço para acolher tudo o que se pode comprar em Londres. Em particular em amplas e deliciosamente recheadas lojas de departamento como a inevitável Harrods, a irresistível Liberty, a moderna Selfridges, a exclusiva Fenwick, a dinâmica Harvey Nichols e tantas outras como Debenhams, John Lewis e House of Fraser. Cada uma com o seu estilo e posicionamento. Em comum um mundo de marcas, de cheiros, de sabores... e de surpresas.
Sendo este um espaço dedicado à partilha de informações valiosíssimas, e porque acredito que visitas à capital inglesa incluam frequentemente compras animadas, não poderia jamais deixar de partilhar a assombrosa e emocionante história que se segue. 
Contextualizando: Oxford Street. Um Domingo cinzento. Dentro de uma loja de departamento (que não a das imagens), na secção de calçado, uma blogger passeava com toda a tranquilidade. A área estava quase vazia, é um facto. Ainda assim, alheia a isso, a minha atenção saltitava entre belíssimas sandálias, ténis de pele e saltos vertiginosos. De um momento para o outro, enquanto eu pegava num sapato para mostrar quão apaixonada estava por ele, vislumbrei pelo canto do olho uma senhora a mover-se galopantemente na minha direcção. Chegada ao seu destino e, de olhos tão abertos que só por pouco não rebolaram uns globos oculares pelo rosto fora, proferiu imortais palavras: "Vou ter de pedir-vos que saiam!"
Assustada, cheguei a pensar que a minha intimidade com um sapato poderia ter despertado a ira da assistente de loja. E antes que pudesse dizer o que quer que fosse, a mesma dama continuou: "A saída mais próxima é aquela!" como que em jeito de "Rua da minha loja, sua asquerosa". O nível da coisa foi tão forte que temi que as palavras seguintes fossem: "Sai do meu país, portuguesa irresponsável!". Mas não. A explicação era outra. A loja ia fechar. De uma maneira aparentemente tão brusca que nem hipótese havia para pagar uma peça de roupa que descansava delicadamente no braço da minha companhia. Exactamente o contrário da vendedora, que claramente ignorou quaisquer subtilezas, naquele que foi claramente um momento de pressa insana.
Com sorte pode ser que na vossa próxima visita a uma loja de departamento londrina sejam brindados com este nível de atendimento. Façam figas!